
" O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré foi fundado no dia 1 de Setembro de 1983, com o propósito de defender os usos e costumes dos nossos antepassados, isto é, dos que habitaram as Gafanhas desde o séc. XVII..."
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
BOM ANO NOVO

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Federação do Folclore Português reune em Assembleia (II)

Os Conselheiros Técnicos saltam de imediato para o terreno de visita aos grupos federados, aferindo o trabalho que estão a desenvolver e averiguando da necessidade de ajuda na correcção de eventuais desacertos de representação. A meta está no final de 2010, quando todo o trabalho já deve estar concluído. A partir de então, todos os grupos federados terão de afinar pelo mesmo diapasão: o rigor na representação.
A luz vermelha pode acender-se para alguns grupos que teimam em oferecer um trabalho reconhecidamente fraco, sem bases de uma acertada representação tradicional. Um defeito que, em muitos casos, vem de longa data e que nunca foi corrigido. Para outros, a luz amarela constituirá um pré-aviso para emendar pequenos pormenores. Mas também a luz verde vai decerto fulgir para bons trabalhos.
A acção de reorganização do universo folclórico federado que a Federação está a implementar, será uma derradeira tentativa para eliminar os graves erros da figuração tradicional que maculam o trabalho de muitos grupos. “Queremos que os grupos ofereçam uma efectiva qualidade, de forma a não levarem ao engano as organizações de Festivais ou de outros espectáculos”, apela o presidente da Federação, Fernando Ferreira.
Sinopse atrapalha
Numa das salas, foi particularmente discutido o termo “sinopse”, incerto no ponto 4 do guião e que diz respeito às apresentações temáticas. “O que é isso de sinopse? Nunca ouvi falar nessa palavra!”. O termo terá assustado um conselheiro como a outros confundiu. “É preciso que utilizemos palavras simples e que o comum dos mortais entenda. Só uma minoria de populares sabe o que é uma sinopse”, intercedeu o Insp. Lopes Pires, propondo a substituição do termo.
Itens do guião do Plano de Melhoria submetido à aprovação da assembleia de conselheiros
Caracterização Etnográfica da Região - Contextos geográficos, sociais, económicos, religiosos. Eventos históricos relevantes. Caracterização fundamentada dos limites temporais da representação.
Recolhas – Sobre o património material e imaterial que completa a etnografia da região, dos trajes à musica e às danças, como jogos, instrumentos, musicas, literatura oral, rituais religiosos, etc.
Apresentações públicas – Composição do grupo, reportório, trajes e representações temáticas.
Iniciativas de divulgação e apresentação – Calendário anual de iniciativas periódicas com fundamento etnográfico, mostras permanentes ou eventuais, publicações e gravações.
Evolução histórica – Registo histórico dos corpos sociais, eventos e actividade relevante no passado.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Vida e costumes dos pescadores (parte IV)

FIM
sábado, 19 de dezembro de 2009
O linguajar dos gafanhões (parte V)
“ — Atão Manele, a nocha M’ria deu-t’oje um quinau, hein?! ... Olha qu’ela quer butar fegura ó pé do Zé B’china, que acolá arranca mulicho como moiro. Cando anda consumida câ bida nem ‘scansa.
— Olha cá, F’cico, a nocha quechopa, nu é p’rá gabar, mas val’ mais có Zé B’china, o namurado. Ó pé dele anda sempre toda concha!
Em dois tempos chegó dia grande. Ouvi-les umas palavrinhas! ... No dia da festa da Chanta, verás que ‘tão casadinhos!...
— Chá me dixeram co sôr Prior deu os banhos na nossa ingreja de Bagos.
— E tamém ela deu ali um banho na auga do rio!
— Nu sê. Ela é uma medalha de rapariga. Olha cá, a cachopa val canto pesa. Nu é só pr’àpanhar mulicho. Nas rasgatas do rio é uma bardasca!
— Canté! Nas rasgatas de num passado (ano passado) foi à pincha e ganhou o primeiro prémio. Inté os fidalgotes lhe catrapiscavam os olhos c’mós namurados. E olha qu’ela não dizia que não!
— Poi xim; mas ela não acardita nesses pardalões que nu vesam chêta e que a criam p’ra...
— Ai! Caredo! ... Mais balia a morte que tal sorte. Ó menos c’o Zé B’china nu há selistro; trabalha muito e é um poipadão. E p’ra cantar ó devino ou na ingreja tem falas como um canairo.
— É certo. E a cantar o “sacerdote” antes do sôr padre ir pr’ó altar! A fala dela parece um orgu.
— Que raça! Aqui pr’à gente: o sôr pai e a sâr mãe ‘stão como três num sapato coa quechopa.
— Nam qu’ela é um inzemplo de lindeza. Ali a Filha do Toino Maluco num tem charavelha nenhuma.
— Essa parece um cadable a andar. Não tem lastro nem tri-ló-lé nenhum.
— E onte, a mazona, apanhou uma ralhada da mãe que a pôs à curta. Até me faz desperar tanta ruindade.
— Prontos. Deixemos o barco inté amanhê, c’a mãe ´stá à ‘spera.”
E por aqui ficamos que decerto também estão à espera que terminemos. Não sem antes, porém, deixarmos aqui o desafio ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré e a quantos se interessam por estas coisas do nosso passado, afinal tão rico, para que o façam reviver através de estudos que nos permitam quadros para mostrar às actuais gerações da nossa terra e não só. Portugal inteiro (e por que não dizê-lo?) e a civilização de que somos parte integrante também têm o direito de conhecer o nosso riquíssimo passado etnográfico. E dizemos riquíssimo porque foi mesclado por culturas populares diversas que lhe emprestaram um sabor distinto que urge divulgar com coragem e tenacidade.
E aqui cabe bem uma palavra muito especial aos inúmeros licenciados em Português da nossa terra, no sentido de se debruçarem com entusiasmo sobre esta ciência da descoberta do passado de um povo, tornando visível às gentes de hoje os alicerces da maneira de ser, estar e falar dos gafanhões, vivam eles em qualquer das Gafanhas, mas perfeitamente identificados por um passado comum.
No meio da vida, quantas vezes sem sentido, de tantas pessoas, adultas e jovens, todos aqui temos um manancial de temas escondidos em arcas e sótãos, mas também na memória de muitos dos nossos avós, para escoldrinharmos e trazermos à luz do dia, que o mesmo é dizer, à cultura dos tempos de hoje, que são os nossos tempos. E porque o futuro se constrói com exemplos e achegas do passado e do presente, resta-nos esperar que, deste colóquio, saiam entusiasmos por esta riqueza que é pertença dos presentes, se não for esquecida, mas que queremos constituam o orgulho dos que vierem depois de nós. É por isso que aqui estamos.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
As mulheres da Gafanha (parte IV)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Federação do Folclore Português reune em Assembleia

Antes, Fernando Ferreira, presidente da Federação, procedeu à entrega de diplomas a novos conselheiros, eleitos para reforçar alguns núcleos regionais (zonas Vareira, Estremadura Centro-Saloia e Templários) ou preencher outros que estavam sem conselheiros, como foi o caso do núcleo do Alto Minho.
Antes da ordem de trabalhos, Fernando Ferreira salientou uma vez mais o objectivo da acção que vai seguir-se de imediato e que passa por uma tentativa de “melhorar a imagem dos grupos federados” e apelou ao “melhor relacionamento com os responsáveis dos grupos”, recomendando a “uma análise prudente e cautelosa” dos pormenores em avaliação. O dirigente anunciou que irá ser criado um suporte informático por forma a que todos os elementos se preservem e se encontrem de fácil consulta. Oportunidade ainda para lamentar a inactividade de alguns Conselhos Técnicos, que não estão a corresponder às expectativas criadas. “alguns conselheiros coordenadores nem sequer respondem às solicitações da Federação; podemos entender que não trabalham ou optam pelo silêncio, o que é desencorajador”, queixou-se o presidente, lembrando que aos “conselheiros que não trabalham será melhor não os ter. A estrutura de Federação assenta nos Conselhos Técnicos e se não há trabalho nem cooperação, melhor será abandonarem”, aconselhou.
Antes do arranque dos trabalhos, Fernando Ferreira desejou que o encontro de conselheiros se traduza “numa acção bastante interactiva e muito discutida, mesmo que as opiniões sejam divergentes. Que cada um saia daqui o mais esclarecido possível”.
O conjunto dos conselheiros foi subdividido por regiões etnográficas e instalados em salas diferentes, para melhor discutirem e aprofundarem os diversos pontos do guião do plano de trabalho e que terá depois uma redacção uniformizada de acordo com as sugestões apresentadas. Cada grupo foi liderado por um dirigente da Federação.
“Harmonizar procedimentos e reunir pontos de vista para um cruzamento de ideias e opiniões por forma que todos possamos falar a uma só voz”, relembrou o Eng.º Manuel Farias, mentor do projecto do Guião do Plano de Melhoria. A acção junto dos grupos vai seguir-se de imediato.
(Continua)
domingo, 13 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Vida e costumes dos pescadores (parte III)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Natal de antigamente
O linguajar dos gafanhões (parte IV)
Xintro — Jacinto
Balisome — Lobisomem
Manel — Manuel
Sóte — Sótão
Atóino — António
Maçazeira — Macieira
Stâmago — Estômago
P’dibe — Pevide
Azête — Azeite
Capador — Alveitar
Pruga — Purga
Lambisgóia e delambida — Atrevida
Alfanete — Alfinete
Curesma — Quaresma
Arbela — Alvéola
Puchi-na — Puxei-a
Arribar — Subir
Fostas — Fostes
Vais à festa? — Resposta: ai não! (= vou)
Ó Maria, vais à fonte?— Resposta: Poi xim! (=não vou)
Maria vai arrumar-se = Maria vai casar-se
Bou marcar palhitos = vou comprar fósforos
Anda a comprar = Está grávida
Tem os pés inchados = Está embriagado
Tens a língua grande = falas de mais
É preciso falar com relego e dar um pontinho na língua = Falar só o preciso.”
De realçar que os gafanhões não pronunciavam, como ainda não pronunciam, o v. Toda a palavra que tenha v se pronuncia com b. Daí, por exemplo, “Bou a Abeiro ou a Ílhabo comprar uma baca e benho logo para casa que a bida espera por mim”.
E muitas outras palavras e expressões poderíamos continuar a citar, acrescentando-lhes mais algumas que a nossa memória retém com alguma fidelidade. Mas hoje ficamos por aqui, que se faz tarde, como diriam os nossos avós.
Antes, porém, de terminar, é justo recriar um ou outro quadro, para exemplificação:
Estou a ver os homens baixos e magros de camiseta e de ceroulas compridas, de flanela, estas com atilhos amarrados nas canelas, barba por fazer (só se fazia aos sábados, no barbeiro), boné ou chapéu na cabeça, mãos gretadas pelo trabalho duro, descalços, rosto envelhecido, queimado pelo vento e pelo sol impiedosos, força de vontade férrea, poupados, com gosto pelo trabalho e pela solidariedade tantas vezes manifestada, religiosos sem beatices, amigos dos seus amigos. As mulheres baixas e de pernas grossas, sem cintura e sem pescoço, olhos ingénuos, de chapéu de palha na cabeça por cima de um lenço que amarrava sobre o chapéu, roupas escuras, excepto ao domingo, em que se abusava da cor garrida, sobretudo as das secas do bacalhau, pernas com canudos (meias sem pés) enfiados para o sol não as queimar, que era fino tê-las brancas, descalças, mãos gastas pelo trabalhos, tranças na cabeça, porque permanentes eram para as da cidade, religiosas sem exageros, amantes do trabalho e poupadas, solidárias e amigas das suas amigas.
Mas a maneira de falar, um tanto ou quanto cantada, com alguma malícia pelo meio, entre risadas contagiantes, é que me encantava.
Levemos a nossa memória até lá atrás e ouçamos a Ti Maria e o Ti Atóino. Vinha ela desaustinada (sem tino) porque a canalha lhe estragara as batatas ali ao pé da escola da Tia Zefa. Estava arrenegada (zangada).
O ti Atóino vinha da borda, onde andara ao moliço para o aido. Antes da maré, porém, deitara-se a descansar, com o corpo moído, na proa da bateira que ia à rola (à deriva). Sem saber como, e com uma nassa, apanhou uns peixitos para a ceia (o jantar de hoje). Já não era mau. Naquele dia não comeriam caldo de feijão com toucinho, com um bocado de boroa. Sempre seria melhor.
— Então queras (queres) ver, Atóino, o que a canalha (os garotos) da escola fez? Andou por riba (cima) das batatas a achar (à procura de) a bola e ‘stragaram-me tudo. Tamém (também) andaram à carreira (a correr velozmente) atrás uns dos oitros (outros) a amandar (mandar, atirar) pedras e a acaçar ( caçar, ao agarra). Se andassem com relego (com moderação), ainda vá que não vá. Mas não. Andavam a toda a brida ( à desfilada, a toda a força), como que a atiçar (meter-se) comigo. E se calhar a professora estava abuzacada (refastelada) na sala. Isto está mal, não achas?
— Pois é verdade, Ti Maria. Não são coisas que se façam. Anda um home (homem) a gastar dinheiro em batatas e buano (guano), muitas vezes sem se astrever ( atrever, poder) e estes mariolas (marotos), num’stante (instante) deixam tudo ‘struído. Era só a gente atirar-lhe com um balde de auga (água), para eles aprenderem. São a mode (como que) tolinhos e alonsas (parvos). Mariolas! (marotos). Vossemecê já falou com a professora? Se ainda não, vá lá e diga-lhe que ó despois (depois) não se arresponsabiliza (responsabiliza). São uns desalservados (cabeças no ar), uns desintoados (desentoados, disparatados).
— Tens razão, Atóino. Vou lá num‘stante (instante), antes que seja tarde. Amanhê (amanhã) tamém (também) falo com os pais. Sempre são homes (homens) e melheres (mulheres) pra (para) darem uns estrincões (apertões com os dedos em zonas sensíveis) aos miúdos, pra (para) eles aprenderem. Opois (depois) que não se queixem.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
As mulheres da Gafanha (parte III)

domingo, 6 de dezembro de 2009
Jantar de Natal

As salinas da Ria de Aveiro
Exposição de fotografias sobre as salinas de Aveiro, na sequência de um trabalho para o Jornal de Noticias. Imagens de Jaimanuel Freire.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Vida e costumes dos pescadores (parte II)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
O linguajar dos gafanhões (parte III)
Também não podemos esquecer os gafanhões que, nos finais do século XIX e princípios do século XX, aprendiam a ler pouco mais que o “b à bá” em casa de mestres populares, alguns dos quais deixaram marcas que o tempo não apagou. À hora da sesta, no Verão, ou ao serão, no Inverno, os mais atrevidos pelas coisas do saber e da cultura lá sacrificavam horas de descanso, no meio ou ao fim de um dia de trabalho duro, para aprenderem as primeiras letras na Cartilha Maternal de João de Deus, ou letras grossas que vinham da arte natural dos senhores mestres, os “sábios” da aldeia que liam e interpretavam, para quem necessitasse ou os quisesse ouvir, os editais afixados às portas das igrejas ou as notificações dos Tribunais, das Finanças ou militares. E era esta leitura periclitante, aprendida em tempos de lazer, embora poucos e nem sempre frequentes, que facilitava, a alguns, a interpretação de livros de devoção popular, os romances célebres, para raros leitores, de certos clássicos, sem esquecer a literatura de cordel, carregada de dramas passionais e de aberrações da natureza, que era vendida de feira em feira ou de romaria em romaria, por cantadores e cantadeiras que sabiam pôr angústia contagiante em tudo o cantavam. E a propósito, como seria interessante fazer um levantamento dessa literatura de cantar e de ler, e que passava de boca em boca, que os nossos avós tanto apreciavam e que deve andar perdida por alguma arca já carcomida pelo caruncho. Também nos alfarrabistas dos grandes centros ela deve ser procurada, ou, ainda, na memória dos nossos velhinhos mais dados a reterem as coisas do passado, como que a quererem ficar perpetuamente agarrados à sua meninice e juventude.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
As mulheres da Gafanha (parte II)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Vida e costumes dos pescadores (parte I)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O linguajar dos gafanhões (parte II)

domingo, 22 de novembro de 2009
Convocatória
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
As mulheres da Gafanha (parte I)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Farol da Barra de Aveiro (parte III)

sábado, 14 de novembro de 2009
O Baptismo na Gafanha - 3
São desnecessárias estas precauções quando os meninos já não são pagões.
A criança não é lavada no dia do baptismo e após ele por respeito à água baptismal.
Eis como as mães embalam os filhos.
………….
Nana, nana, meu menino,
C’a tua mãe logo bem:
Foi labá-las fraldinhas
Á fonte de Belém.
O mê menino é d’oiro,
D’oiro é mê menino;
Hê-de entregá-lo ós anjos
Incanto é pequenino.
Vai-te embora, papão negro,
De cima de mê telhado;
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado.
Quem tem o nome de mãe
Nunca passa sem cantar;
Cantas vezes a mãe canta
Com vontade de chorar.
In “Monografia da Gafanha “ do Padre João Vieira Resende.
Boas leituras
Rubem da Rocha
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
O linguajar dos gafanhões (parte I)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Grupo Folclórico de Vila Verde
Para todos aqueles que gostam de Folclore, iniciamos hoje a apresentação de alguns bons Grupos ou Ranchos Folclórico ou Etnográficos, representativos das várias regiões de Portugal. Espero que gostem.
O Grupo Folclórico de Vila Verde foi fundado em 1958 com o intuito de divulgar e preservar as tradições Etno-Folclóricas deste Concelho que representa, constituído por 58 freguesias predominantemente agrícolas, assim como a região do Baixo Minho, onde se encontra inserido, sendo o mais antigo e representativo Grupo Folclórico do Concelho e um dos mais antigos da região e do país.
Tem participado em todo o país em diversos, variados e mais importantes Festivais de Folclore, de Norte a Sul, inclusive na Região Autónoma da Madeira, e ainda na EXPO 98; e, no estrangeiro, várias vezes em Espanha, incluindo as Ilhas Canárias, França e Alemanha, e também na Itália, Áustria e Eslováquia.
Dentro das suas actividades de difusão do Folclore, realizou Exposições de Trajes e de Instrumentos Musicais; tem participado em programas de Rádio e Televisão; recupera e divulga tradições esquecidas no tempo como os Cantares de Reis, Cânticos Religioso-Populares, Dança do Rei David, entre outros.
Organiza anualmente o Festival Folclórico de Santo António – Luso / Espanhol, que tem sido ponto alto das Festas Concelhias de Vila Verde, onde participam, normalmente, grupos portugueses de regiões variadas e grupos espanhóis, também de diferentes regiões.
Organiza desde 2001 o Festival Folclórico InterNações (Julho) com o objectivo de trazer a Vila Verde, Povos, Tradições e Culturas de todo o Mundo.
É Sócio Efectivo e Fundador da Federação do Folclore Português, onde ocupa lugar no Conselho Técnico; está inscrito no Inatel; foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Municipal em 1983 ao atingir 25 anos de existência; e é Instituição de Utilidade Pública por Despacho Governamental desde 1992.
Historial transcrito do "sítio" do Grupo Folclórico de Vila Verde (http://www.gfvv.web.pt/).
domingo, 8 de novembro de 2009
Farol da Barra de Aveiro (parte II)

sábado, 7 de novembro de 2009
O Baptismo na Gafanha - 2
A seguir todos se sentavam à mesa e as crianças, à parte, pelo chão e em esteiras, para o jantar, não sendo excluída a família dos padrinhos. Na véspera tinha sido abatido um carneiro ou uma ovelha, que ao tempo não excedia o preço de 500 ou 600 réis.
Três pratos apenas, mas abundantes, sendo o primeiro a sopa de couve com batatas inteiras e negalhos ou molhinhos. Era o prato obrigatório e predilecto da maioria.
Os negalhos eram bocados do bucho e do fato gordurento do carneiro, de toucinho e hortelã, atados em molhinhos com linhas.
A seguir vinha outro prato, ou melhor, a frigideira com o refogado da outra carne que era condimentada com batatas ou com arroz.
De futuro e pela Páscoa, até ao casamento dos afilhados, os padrinhos iam levar-lhes os folares a que chamavam bolos, comprados em Aveiro à padeira de Eixo. Não tinham mais do que 2 ou 3 ovos com excepção do útimo que era no ano do casamento e que tinha 6 ovos.
Os afilhados iam agradecer aos padrinhos, pedindo-lhes a bênção de joelhos. Hoje consiste este agradecimento em ir estimar os padrinhos, oferecendo-lhes amêndoas e vinho, sendo rapazes.
Ainda se conserva o costume de os afilhados saudarem os padrinhos pedindo-lhe a bênção. Todos estes costumes têm recebido levíssimas alterações.
Aos nascimentos e baptismos andam ligadas muitas superstições. Eis algumas:
Se durante a gravidez a mulher trouxer no refego da cintura da saia qualquer objecto, a criança nasce defeituosa. Assim, se a criança nasce com o lábio fendido é sinal de que a mãe trouxe alguma chave no bolso ou na cintura durante a gestação.
Finas manchas rubras a pontear a epiderme denunciam a imprevidência da mãe costureira que arrecadou as agulhas em qualquer dobra dos vestidos junto à cintura.
Outras quaisquer colorações pigmentares, manchas ou sinais que interessam a epiderme da criança, têm a sua explicação no transporte de objectos na cintura, que estejam de harmonia com as colorações figuradas. Pois se a coloração figurativa de uma colher existente no braço de uma mulher, que ainda aqui vive, é apresentada como argumento indiscutível da falta de cautela da mãe! ...
Já não há perigo se os objectos se trouxerem na blusa.
A criança corre sempre o perigo de ser chuchada pelas bruxas antes do baptismo e deste modo morre sem alma. Por vezes a criança aparece viva, mas doente, fora do berço ou a grandes distancias. A criança é chuchada pelas unhas.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
As Novenas (parte III)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Jantar de Angariação de Fundos
Lurdes Matias – 966 353 980
Ferreira da Silva – 917 583 111
Rubem – 963 225 283
sábado, 31 de outubro de 2009
Farol da Barra de Aveiro
À noite, o seu foco luminoso, rodopiante e cadenciado, atrai todos os olhares, mesmo os mais distraídos, tal a sua força. Mas são os navegantes, os que mais o apreciam, sem dúvida.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O Baptismo na Gafanha -1
E as frases anunciadoras, recebidas dos pais, eram transmitidas pelos lábios rosados dos filhos à garotada que brincava na areia despreocupadamente.
- A minha mãe, esta noite, foi buscar um menino à borda! (margem da Ria).
-Meu pai trouxe uma menina da bateira dos labregos!
-Minha mãe achou um menino na Costa-Nova!
-Minha mão foi à feira comprar uma menina!
É assim mesmo.
A mulher da Gafanha diz-se que anda a comprar durante o seu estado de gravidez.
É durante esse período que se vai preparando o enxoval e o berço, que afinal é uma pobre canastra confeccionada com fasquias de verga, constando aquele de duas faxas, duas camisinhas, dois lencinhos, cueiros e fraldas.
Quando esta indumentária se junta para lavar chama-se-lhe “fatiota”.
O que mais importava porem, era o baptismo, que só excepcionalmente se realizava após o oitavo dia do nascimento.
O nome a dar ao catecúmeno era escolhido pelos padrinhos ou pelas madrinhas, conforme o sexo, e era aos avós paternos e maternos que se dava essa honra para os primogénitos. Só para os outros baptizandos serviam de padrinhos os outros membros da família ou outros indivíduos das suas relações.
Cada padrinho oferecia ao afilhado um outro enxoval superior na qualidade ao dos pais; constava de duas camisas, dois vestidos (espécie de bibe), dois lencinhos e uma manta de baeta de um metro.
A criança levava à pia o enxoval da madrinha, ordinariamente mais rico do que o do padrinho, sendo costume adicionar à mantilha (manta), prendendo-se-lhe interiormente com linhas, uma toalha branca, engomada, e com rendas a saírem por cima e a formarem tufo em volta do rosto da criança.
Esta era ainda levada à pia pela parteira que, depois de realizado o baptismo, a ia oferecer a Nª Senhora, prostrada de joelhos diante do altar.
domingo, 25 de outubro de 2009
As Novenas (parte II)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Puros disparates - 2
Destes dois equívocos advém, depois um universo de disparates! Apregoa-se por exemplo a representação do “mais genuíno folclore minhoto”, do “mais puro folclore saloio” ou do “mais autêntico folclore ribatejano”! Proliferam as “capitais do folclore”. Proclama-se a especial “riqueza do folclore “daquela terra ou região! Apresentam-se trajes, com “três ou mais séculos”, os quais (se tal pretensão fosse verdadeira), estariam absolutamente descontextualizados de uma representação folclórica que se quer coerente no tempo e no espaço.
Enfim, um autêntico chorrilho de asneiras! Quando afinal, para se construir uma boa representação folclórica, basta apenas apresentar as vivências padrão da área cultural que escolhemos representar. Tanto quanto é possível, claro, hoje conhecê-las. Respeitantes estas, a um tempo a que foi possível remontar, num processo de pesquisa minimamente honesto e rigoroso.
Apenas isto!
P.S.- Se como usa dizer-se, um disparate proferido por uma “eminência parda” é uma tirada genial, calcule-se o que para aí vai de génios! Não admira assim, que os”Óscares” tenham chegado (para ficar já se vê), ao folclore nacional.
Boas leituras
Rubem da Rocha
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Casa Gafanhoa - Um pouco de história (III)

sábado, 17 de outubro de 2009
Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré

sexta-feira, 16 de outubro de 2009
As Novenas (parte I)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Puros disparates - 1
Entre estas duas realidades manifesta-se, naturalmente, toda uma infinidade de situações. Todas igualmente respeitáveis, é claro, mas que correspondem, naturalmente e conceptualmente, a realidades diferentes que como diferentes, deveriam ser encaradas.
Necessitamos assim de perceber (antes do mais), o que se entende por Folclore. De nos familiarizarmos com os seus pressupostos de abrangência, diversidade, mutabilidade e principalmente, funcionalidade. Sem eles “andamos ao Deus dará”. À procura de bengalas que usamos a torto e a direito (mais a torto que a direito), mas das quais, muitas vezes, nem sequer sabemos bem o que querem dizer. Necessitamos de interiorizar o que é que se entende por “Cultura tradicional”. Precisamos de saber que esta (como qualquer cultura tradicional ou não), não surgiu por geração espontânea e não nasceu já feita! Pelo contrário, consubstanciou-se através de milénios de aculturações efusões culturais, evoluindo gradualmente até às versões dos nossos dias. E que assim, cada estádio de evolução vale tanto como aquele que o precede e como o que o segue.
Boas leituras
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Fotografias antigas da nossa terra
