segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onde os Bois Lavram o Mar

Aqui está um pequeno filme, de uma actividade que existiu nas nossas praias em tempos já longínquos, mas que está na memória de algumas pessoas. Um pequeno filme bem elucidativo da dureza desta actividade.

Cantar as Janeiras 3

E assim terminou o mês de Janeiro e com ele também o Cantar das Janeiras. Foi um mês bastante cansativo, em que durante todos os fins de semana, percorremos algumas ruas da Gafanha da Nazaré, visitando as casas de conhecidos e amigos. Desde já pedimos desculpa por não podermos visitar todas as casas que gostaríamos e nos solicitaram para visitar, mas tal era humanamente impossível. Aqui ficam as nossas desculpas.
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré agradece a todos os que nos ajudaram, e mostraram o seu carinho e a sua alegria, dando-nos também força para assim podermos continuar. Enquanto não chegam as Janeiras de 2012, aqui ficam as ultimas fotos de 2011.
Um muito obrigado a todos.
Família Bola.
O nosso Director Técnico.
Família Ribau.
O nosso Presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré


O nosso Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Indumentaria da Mulher da Gafanha 8

Sobre toda esta indumentaria usava-se o mantéu de fraldilha, espécie de opa sem abertura de passagem para os braços, e com tira de ourelo em chapa pela orla. Apoiado sobre os ombros em volta do pescoço, sobressaía por cima uma espécie de gola, bastante saliente, chamada o refego. Este refego era um pedaço da mesma teia de fraldilha, redobrado e repregado sobre si e cosido com fio de vela, terminando na frente por duas fitas castelhanas para segurar sobre os ombros. Ainda se usava em 1885.
Veio finalmente o capote de bom pano e com talhe igual ao do mantéu, mas muito mais comprido, chegando alguns quase ao tornozelo. Uma fita larga, de veludo, com arabescos ou lavrada em ramos, cobria em chapa a gola de bicos e as folhas pela frente e junto à orla.
Ainda se usava na mesma época a mantilha redonda, de pano fino, que se diferenciava do capote por ser muito mais curta, ter a gola redonda e a fita aplicada pela frente e pela orla, desguarnecida de qualquer arabescos, tendo também abaixo da orla uma farta laçaria de compridas fitas de veludo, enlaçadas e à mercê do vento. Estas duas peças de vestuário, o capote e a mantilha, ainda em uso em 1880.
Até esta época, era rara a mulher que usava qualquer calçado, a não ser os tamancos. Só por ocasião do casamento os pais lhe permitiam usar as chinelas, que eram o calçado próprio deste acto, e que depois era guardado religiosamente só para as festas mais solenes.
Nas festas usavam o lenço de bobinete e a camisa com abertura. Chamava-se à camisa que abotoava como a do homem, e como a dele terminava no pescoço com colarinho ao qual estava cosida uma renda larga que virava para baixo até chegar à abertura do colete. A abertura, ou melhor, a renda, era para compor, dizia-se. A manga da camisa com abertura terminava com frioleira pequenina (rendinha) e fechava no punho com botões de pano.
A camisa usual chamava-se camisa de borracha, cujas mangas chegavam ao cotovelo, tendo nos sovacos um quadrado de pano sobreposto, e internamente, sobre os ombros, tinham contra fortes. Na confecção não havia borracha, como o nome parece indicar. O colete demáscua (de damasco), em ramado a cores, tinha seis abotoaduras de prata e era usado nas festas com a camisa com abertura.

In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende.
Boas Leituras
Até breve

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cantar as Janeiras 2

No passado fim de semana, voltamos a andar pelas ruas de Gafanha da Nazaré, a Cantar as Janeiras a todos os nossos amigos, e a quem nos quis receber (foram muitos). Mesmo sendo os dias mais frios que passámos este ano, lá nos fomos aguentando com roupas bem quentes, e com algum mata bicho que nos foram dando. Aqui ficam algumas fotos desses momentos. Algumas famílias que nos receberam.

O nosso casal Mário e Rosália.
Não foi ás duas mas sim cerca das onze horas que terminamos no domingo, pois ao outro dia era dia de trabalho.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fotos 9

Aqui estão duas fotos que não estão catalogadas e não sabemos em que lugar é que desenrolou este festival de folclore. Fica aqui o desafio para os nossos amigos, antigos elementos ou alguém que saiba de que localidade se trata, nos comunicar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cortejo dos Reis 1

Em jeito de rescaldo, aqui ficam as últimas fotos do Cortejo dos Reis 2011. De salientar, pela positiva, que este ano algumas pessoas atendendo ao pedido feito pelo nosso Pároco, procuraram trajar com o maior rigor possível. Aqui ficam algumas fotos e que para o ano seja ainda melhor.
Duas gerações de pastores

Duas Gafanhoas bem aprumadas.


O grupo das Cantoras.
Uma cara bem conhecida.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Actuação em Mindelo-Vila do Conde

Ontem dia 15 estivemos presentes , como anunciamos aqui neste blog, no VII Encontro de Cantares de Janeiras em Mindelo, Vila do Conde. Foi uma noite muito agradável, em que quem assistiu ao espectáculo foi presenteado com uma grande noite de tradições.
O Grupo anfitrião (Rancho Folclórico da Associação Cultural e Desportiva do Mindelo), fez um excelente trabalho de pesquisa e montou um brilhante cenário, em que representava uma cozinha antiga da região do Mindelo. Na representação era encenada uma chegada a casa da família que trabalhava no campo e na pesca no mar. Após uma pequena troca de palavras os grupos iam entrando em palco cantando as suas cantigas. Mais uma vez o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré apresentou os seus cantares de reis, recebendo da parte do publico que enchia por completo o salão do espectáculo uma grande ovação. Dos donos da casa recebemos além de vinho tinto quente com canela, umas rabanadas deliciosas, de comer e chorar por mais, uma chouriça e uma broa.
Um pequeno aspecto negativo, foi o facto de deixarem a troca de lembranças para o final, obrigando todos os grupos a aguardar. De qualquer modo estão de parabéns os nossos amigos do Mindelo.

Um aspecto da cozinha
A nossa actuação.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VII Encontro de Janeiras

No próximo sábado, dia 15 de Janeiro de 2011, o Grupo Etnográfico vai participar em mais um Encontro de Janeiras. A convite do Rancho Folclórico da Associação Cultural e Desportiva de Mindelo, Vila do Conde, iremos mostrar as nossas tradições e os nossos cantares de Janeiras.

Participam neste encontro, além de nós e do grupo anfitrião, o Rancho Folclórico de Castelo de Neiva - Viana do Castelo, o Grupo Folclórico "Terras de Arões" - Vale de Cambra e o Rancho Folclórico de Passos de Silgueiros. Depois do jantar convívio, que será às 19:00 horas, terá início o Encontro pelas 21:00.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cantar as Janeiras 1

Como é tradição em Janeiro, andámos no passado fim-de-semana a cantar as Janeiras de porta em porta àqueles que nos quiseram receber. Numa dessas noites tiramos algumas fotos, deixando aqui um pequeno registo do que se passou. A espera para nos receberem é sempre uma incógnita.
A alegria de nos verem e de ouvir as nossa cantigas.

Quem nos recebe também gosta de dar.
A foto no local do costume.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Cortejo dos Reis

Realizou-se hoje mais um Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré. Não sendo uma actividade do Grupo Etnográfico, não queríamos porem, deixar passar em claro esta mostra da cultura deste povo das Gafanhas. Dizem os mais antigos que este cortejo já se realiza à mais de cem anos. Não sei se será verdade mas, nós acreditamos e que esta mostra de tradições se mantenha por outros cem. Aqui ficam algumas fotos.
Uma Gafanhoa dos sete costados.
Uma leiteira com o seu caneco.

Uma Minhota de fazer inveja às genuinas.

Os três Reis do Oriente.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Indumentária da Mulher da Gafanha 7

Só muito tarde se usou a blusa, que nos primeiros tempos não existia. Havia a camisa de pano cru, que desempenhava as duas funções: era rematada no pescoço e nos punhos por pequenos colarinhos, que às vezes, quando de luxo, terminavam com adornos de rendas estreitas (bico de serra) e eram fechados por botões, tanto no pescoço como nos pulsos. Estes botões eram confecionados somente de pano, ou de tremoços cobertos de pano, sendo estes últimos muito inconvenientes por amolecerem e se desfazerem com a lavagem da felpa.
Sobre a camisa vestiam o colete, também de pano cru, e que era a ultima felpa exterior a cobrir o tronco. Para as festas, romarias, ou outros dias mais solenes, havia os coletes de draga ou luxo, confecionados nas fábricas, com ramagens ou adornos muito bizarros. Nos mais modestos empregavam botões simples ou atacadores; nos de droga aplicavam-se quatro ou cinco pares de grandes botões de prata, a que chamavam abotoaduras. Ainda estavam em uso em 1880.
Por motivo de pudor, usavam-se uns grandes lenços de cor, enramados, às vezes, e com franja ou cadilhos, cujas pontas pendentes do pescoço se cruzavam pela frente para se trilharem na cintura ou, quando eram de maiores dimensões, depois do cruzamento pela frente, iam atar-se, na cintura. Parecido com este, havia um outro lenço da cabeça de que não falámos atrás, ordinariamente de cache-nez, azul, e com franja de cadilhos, que mais tarde foi substituído por outro cor de carne, com cercadura branca.
Ainda a proteger o tronco, na época dos frios, usavam o Gibão, e por isso dispensavam o lenço do pescoço, por desnecessário na sua função de manter o recato que ficava a salvo com o uso do Gibão. Era esta peça de vestuário uma espécie de casaco de pano preto, que mal chegava à cintura, com mangas, botões, e guarnecido de fita preta. Usava-se em 1850. Era uma espécie de quinzena que os homens também usavam naquele tempo, embora com talhe diferente.
In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende
Boas leituras
Até breve

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cantar as Janeiras

Pois é. O Novo Ano começou e com ele também o mês de Janeiro que é sinónimo, para o nosso Grupo, de começar com o canto das Janeiras ou dos Reis. Os cânticos são aqueles que nos foram transmitidos pelos nossos pais e avós e que são representados na nossa paróquia, no tradicional cortejo dos Reis que se realiza já no próximo domingo.
E foi no passado domingo que iniciámos o Canto dos Reis pelas ruas nossa terra visitando conhecidos e amigos. Todas as sextas, sábados e domingos à noite, durante o mês de Janeiro, estaremos pelas ruas da Gafanha da Nazaré, transmitindo um pouco da nossa alegria e recebendo o carinho de quem nos abre a sua porta. Um muito obrigado a todos e até um dia destes em qualquer rua da Gafanha.


Foto do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, em 2002, quando cantava os Reis pelas ruas da Gafanha.

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