
" Há por bem sua majestade el-rei (D. Pedro V) ordenar que o director das obras públicas do distrito de Aveiro, de combinação com o capitão daquele porto, e com o director-maquinista dos faróis do reino, trate de escolher o local nas proximidades da barra que for mais próprio para a construção de um farol, devendo o mesmo director, apenas se ache determinado o dito ponto, proceder, de acordo com o referido maquinista, à confecção do projecto e orçamento da respectiva torre com a altura conveniente para que a luz seja vista a dezoito ou vinte milhas de distância.
Sua majestade manda, por esta ocasião, prevenir o sobredito funcionário de que encomendará em França, para ser estabelecido no mencionado local, um farol lenticular de segunda ordem, do sistema de Mr. Fresnel, e semelhante ao que se destina ao Cabo Mondego, cujo desenho se lhe envia, com a diferença, porém, de ser girante para o distinguir dos faróis que lhe ficam ao norte e ao sul daquele porto"
A Barra de Aveiro tinha sido aberta em 1808 e eram conhecidos os riscos que ela oferecia à entrada das embarcações, "com prejuízos que podem resultar à humanidade e ao comércio", como se sublinha na referida portaria.
No mesmo artigo de Francisco Ferreira Neves, lembra-se que a comissão nomeada para a determinação do local em que deveria ser construído o farol deu o seu trabalho por concluído em 11 de Julho de 1858. Entretanto, os naufrágios sucediam-se entre o Cabo Mondego e a Foz do Douro, "por falta de sinalização luminosa nesta parte da costa marítima".
(Continua)
Artigo da autoria do Prof. Fernando Martins e publicado no Livro do XXII Festival de Folclore, realizado em 8 de Julho de 2006.
Sem comentários:
Enviar um comentário