sexta-feira, 29 de maio de 2009

Óscar Mundial de Folclore entregue a José Maria Marques

O título póstumo, o aguedense José Maria Marques vai receber a mais alta distinção do folclore a nível mundial, o Óscar Mundial de Folclore.
Nos próximos dias 30 e 31 irá realizar-se, em Espinho, um dos mais importantes eventos do mundo do folclore: a entrega do Óscar Mundial de Folclore, sendo que este ano a União Internacional de Federações de Grupos de Folclore atribuiu à Federação de Folclore Português a organização da cerimónia.
Irão ser distinguidas dez personalidades do Mundo que tenham efectuado trabalho meritório na defesa dos nossos antepassados e na divulgação da riqueza etnográfica no mundo. Portugal terá este ano duas personalidades condecoradas: o actual presidente da Federação de Folclore Português, Fernando Ferreira, e o aguedense José Maria Marques (a título póstumo), ex-presidente da Federação de Folclore Português e do Grupo Folclórico da Região do Vouga e, simultaneamente, do Museu Etnográfico da Região do Vouga.
“É, para todos nós, Grupo Folclórico da Região do Vouga, e pensamos que para todo o concelho, motivo de orgulho, a atribuição do Óscar Mundial a José Maria Marques. É sinónimo de que, passados 12 anos do falecimento de José Maria Marques, ainda hoje o seu trabalho é reconhecido, não só no nosso país, mas também além fronteiras”, referem os responsáveis actuais do grupo.
Homem sensibilizado e conhecedor da riqueza etnográfica, dedicou parte da sua vida à pesquisa, recolha, estudo e reconstituição de tudo quanto, de uma forma directa ou indirecta, esteve ligada ao povo de antanho. Ele próprio proferiu tantas vezes nos seus discursos uma das suas frases mais emblemáticas, que traduz verdadeiramente a forma de pensar e de estar na defesa dos nossos valores culturais – “É necessário que a cultura ocupe no nosso país o lugar a que tem direito; é indispensável que possa ser tomada como pedra básica para a construção do nosso futuro; é chegada a altura de podermos dizer aos descrentes letrados que o analfabetismo dos nossos antepassados, a não merecer a nossa melhor atenção, é a Universidade a que eles, infelizmente, não tiveram acesso”.

In Diario de Aveiro de 27/05/2009

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