sábado, 30 de abril de 2011

Fortificações da Barra de Aveiro 5






3 – Forte Velho da Barra
Existe uma pequena edificação, situada a meia distancia do Forte da Barra e do novo Porto Industrial (Sacor) de Aveiro, junto à estrada que liga estes dois locais, constituída por uma pequena casa e, no centro eleva-se uma torre cilíndrica com varanda no cimo.
Poucas ou nenhumas são as informações biblio documentais existentes e disponíveis sobre este “Forte Velho” ou “Guarita”, como vulgarmente é designado pela população das Gafanhas.
Na folha nº 184 da carta topográfica do exército, de 1975, vem assinalada esta construção com a legenda de “Forte Velho”.
Esta fortificação poderia ser, em nosso entender, uma construção e adaptação do que restava da antiga torre de vigia da barra, construída no reinado de D. Afonso III. E isto porque essa torre se localizava a meia légua da barra que, na época, se encontrava onde está a Costa Nova (dado muito vago, já que a Costa Nova tem uma extensão relativamente grande) e a légua e meia de Aveiro. Alguns historiadores aveirenses, como vimos mais acima, fazem coincidir esse local com aquele onde se encontra localizado o actual Forte das Barra.
A distância que separa os locais onde se localizam o Forte da Barra e este Forte Velho é, somente, de algumas centenas de metros, e ambos estão praticamente à mesma distância de Aveiro.
Esta nossa opinião resulta também da análise geográfica da laguna, tendo em conta que desde a entrada da barra, quem entrasse a norte da Nossa senhora das areias e navegando para o porto de Esgueira, poderia ser facilmente detectado, na vastidão das águas, do alto desta torre, pois ela se situa numa zona central de navegação da ria.

Trabalho elaborado pelo Sr. Cardoso Ferreira, sobre as Fortificações da Barra de Aveiro, e que foi publicado no boletim nº 17 de Agosto de 1989, da ADERAV – Associação de Defesa e Estudo do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro.

1ª Foto do meu arquivo.

2ª Foto em www.prof2000.pt.


terça-feira, 26 de abril de 2011

Feira Franca

Na passada segunda-feira realizaram-se as comemorações do Feriado Municipal de Ílhavo e, em simultâneo, os 37 anos do 25 de Abril. Como sempre, o Grupo Etnográfico esteve presente nas celebrações realizadas pela Câmara Municipal de Ílhavo, marcando presença nas cerimónias realizadas nos Paços do Concelho. Aqui ficam algumas fotos.


Cerimónia do hastear das bandeiras.




Cerimónias no salão nobre da Câmara Municipal.

Preparação dos rojões na feira franca.

domingo, 24 de abril de 2011

FEIRA FRANCA - FERIADO MUNICIPAL

Como já tinha sido anunciado o Grupo Etnográfico vai, mais uma vez, estar presente na Feira Franca, amanhã, dia 25 de Abril. Para aguçar o apetite e convidar a todos a passar pelo seu espaço, deixo a ementa com o que se poderão deliciar:

Sopa de Feijão à Gafanhão

Rojões com Batata Cozida

Chouriça Assada

Aletria

Esperamos ver-nos por lá e Bom Apetite!
Aqui fica o programa completo das comemorações do Feriado Municipal.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Fotos 17

Nesta época em estamos a celebrar a Páscoa, em que algumas famílias se reúnem para confraternizar, aqui ficam algumas fotos da família do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, num convívio realizado na nossa colónia agrícola.
Aproveitamos a oportunidade para desejar a todos os componentes, sócios e amigos uma Santa e Feliz Pascoa.





domingo, 17 de abril de 2011

Calendário de saídas para 2011

Apresentamos hoje o calendário de saídas para a época que já se iniciou em Janeiro com os "Cantares de Janeiras". Mais uma época com bastantes actuações, de Norte a Sul de Portugal, para apresentarmos as nossas tradições, cantares, danças, trajes. É uma excelente ocasião para promover a nossa região, a nossa terra, o nosso concelho. Tal como em anos anteriores, esperamos e agradecemos todo o apoio e carinho que nos possam dispensar, que retribuiremos da melhor maneira que sabemos: cantando e dançando.

A todos o nosso muito obrigado.
15/01/2011 - Encontro de Cantares de Janeiras - Vila do Conde
12/02/2011 - Encontro de Cantares de Janeiras - Viana do Castelo
02/04/2011 - "Cantar as Almas" - Penacova
25/o4/2011 - Feira à Moda Antiga - Ílhavo
11/06/2011 - Rancho Folclórico de Santo André de Friande - Felgueiras
18/06/2011 - Rancho Folclórico das Lavradeiras da Trofa - Trofa
26/06/2011 - Rancho Folclórico e Etnográfico Reguengo da Parada - Caldas da Rainha
09/07/2011 - XXVIII Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré
16/07/2011 -Rancho Folclórico de Linhaceira - Tomar
23/07/2011 - Rancho Folclórico de Paços de Sousa - Penafiel
07/08/2011 - XIII Festival Nacional de Folclore da Praia da Barra - Barra 2011
03/09/2011 - "As Lavradeiras de Arcozelo" - Santa Maria Adelaide - Arcozelo
10/09/2011 - Grupo de Danças e Cantares A. C. Vilarinho - Coimbra
18/09/2011 - Nossa Senhora dos Navegantes

Fortificações da Barra de Aveiro 4

Forte da Barra (Continuação)

O Forte da Barra possuía, em 1822, unicamente um terrapleno no baluarte sul, onde estavam montadas três peças, os parapeitos eram à barla, havendo duas canhoeiras na face voltada para o mar. Agora, sim, em ponto dominante da barra que fora reaberta em 1808, ela fazia o total controlo das entradas e saídas, retomando o papel para que fora projectado. Os alojamentos eram constituídos por cinco casas de madeira. O muro dos baluartes tinha 4 palmos de espessura e a bateria estava situada sobre três casas que eram abobadadas mas não à prova de bala. À esquerda do forte estava em construção uma bateria com parapeitos à barla, de três palmos de alto, com plataforma lajeada, ainda por fazer, a qual teria 56 palmos de comprimento e 20 de largura (24). A construção de uma bateria a meio do paredão foi iniciada na década de 1830. Gradualmente, foi preciso ir melhorando os meios desta fortaleza, por isso, o engenheiro Oliveira Nunes (25) projectou a torre que a 21 de Maio de 1841 ficou concluída, no cimo do forte. Esta torre tem uma altura de 90 palmos e meio, com um diâmetro cilíndrico de 22 palmos na base e 15,5 palmos no cimo, em anéis que lhe conferem gracioso aspecto exterior (26). Carlos Pereira Callixto visitou o Forte da Barra em 1940, tendo feito a seguinte descrição do edifício que então encontrou: ”A fortificação compõe-se de dois baluartes, o do norte e o do sul e de uma cortina a ligá-los, no baluarte sul, o único que tem terrapleno em lugar de lajeado como de costume, encontra-se a torre de sinais com uns dez metros de altura. Na face, possui um parapeito onde estão abertas três canhoeiras e no flanco esquerdo um parapeito à barla. O outro flanco que dava para a cortina era também à barla, mas encontra-se encostado à “Casa dos Pilotos” que se edificou entre os dois baluartes. Para o lado de terra é limitado por um parapeito, tendo o lado esquerdo uma pequena escada de pedra que dá acesso à bateria. Sob esta, existem os alojamentos que são abobadados e têm a entrada para o pequeno pátio situado a uns dois ou três passos da parte que fica a meio da face voltada a terra. O pátio é aberto por cima e limitado por um muro de pouca espessura. No canto direito da bateria, do lado do mar, existe uma pequena guarita de forma muito tosca e de construção não muito antiga, certamente. O baluarte do norte está muito incompleto, notando-se somente o vértice que forma o canto entre a face e o flanco esquerdo. Onde existia o flanco direito encontra-se hoje uma casa. Do lado esquerdo do forte existem várias construções e mesmo junto à sua muralha está uma descida de pedra para o mar. Não tem lápide alguma ou qualquer indicação de data.” (27) Actualmente, este forte mantém quase a mesma aparência. Porém, o estado de abandono e degradação aumentaram, merecendo uma rápida restauração. Refira-se que o Forte da Barra é de propriedade do Estado e está inventariado em mapa de cadastro dos bens do seu domínio privado, elaborado em Março de 1941 pela Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro. Segundo a Direcção Geral do Património do Estado, o Forte da Barra encontra-se averbado em nome da Junta Autónoma do Porto de Aveiro. Parece que a condição de “imóvel de interesse público” (28) embora devesse melhorar o estado de conservação, nada de bom lhe trouxe, o que não dignifica os organismos que têm este monumento à sua guarda, nem o património do Estado em geral. E é pena, pelo que esta construção representou na defesa da costa marítima e da Barra de Aveiro.

(Continua)

Trabalho elaborado pelo Sr. Cardoso Ferreira, sobre as Fortificações da Barra de Aveiro, e que foi publicado no boletim nº 17 de Agosto de 1989, da ADERAV – Associação de Defesa e Estudo do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro.


24 - Carlos Pereira Callixto, “Defesa Nacional”, revista nº 289/290, Junho de 1958, Pg.62. 25 - Raul Proença e outros, “Guia de Portugal – 1 Beira Litoral”, Pg. 527. 26 e 27 - Carlos Pereira Callixto, “Defesa Nacional”, revista nº 289/290, Junho de 1958, Pg.62. 28 - Decreto-lei nº 735/74, de 21 de Dezembro.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Feira à Moda Antiga - Feira Franca

Por esta altura em que se aproxima a Páscoa, lembro-me sempre da Feira à Moda Antiga, na qual o Grupo Etnográfico participa desde a sua primeira edição, pois acontece sempre na 2ª feira de Páscoa, que coincide com as comemorações do feriado da cidade da Gafanha da Nazaré e do Município de Ílhavo; este ano coincide também com o feriado nacional - o 25 de Abril. Este acontecimento envolve sempre muitas pessoas que, no domingo de Páscoa, têm de de reunir para adiantar o que fôr possível para que, na 2º feira bem cedo, possam montar o seu "canto" no Mercado Municipal de Ílhavo e cozinhar, para à hora de almoço estar tudo prontinho a servir! Vai ser das 12:00h às 18:00h, com a denominação de Feira Franca das Associações e Artesãos do Município de Ílhavo.


Mas nem sempre esta feira se realizou no Mercado Municipal; já lá vai tempo em que tudo se passava no Jardim Henriqueta Maia - ao ar livre, ao calor, à chuva, à sombra das árvores, conforme o clima ia permitindo.


Aqui ficam estas imagens desse tempo:

o José Ribau a preparar os rojões e uma vista do pessoal trabalhador a descansar, e lá atrás os convivas!


Esperamos ver-vos por lá!


E já agora aproveitem o II Torneio de Jogos Tradicionais em Família, que vai decorrer entre as 16:00h e as 18:h, junto ao Mercado Municipal!


Mais informações veja em http://www.cm-ilhavo.pt/

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fotos 16

Aqui estão as três ultimas fotos referentes ao Festival de Folclore em Gouveia. A primeira com um par bastante colorido representante do México. A segunda com a nossa tocata. Como é bom recordar todas as pessoas que já passaram pelo grupo, algumas já não se encontram entre nós. Na terceira durante a representação da moda "Desgarrada".

Espero que tenham gostado. Até à próxima.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fortificações da Barra de Aveiro 3


Planta do Forte da Barra



Forte da Barra (continuação).

Não podemos esquecer que foi sobretudo a partir de D. João III que se incentivou a fortificação e defesa do litoral português, sendo este rei o que mais profundamente levou a sério o problema da fortificação marítima. “Ordenou a construção de várias fortalezas para defenderem as povoações do litoral, muitas das quais se concluíram no reinado de seu neto D. Sebastião. Em 1560começaram as obras do Forte de S. João da Foz do Douro, em 1568 as do Castelo de Viana, em 1577 o forte da Nazaré, em 1580 as do castelo de Vila do Conde e possivelmente também nesse tempo se edificaram as fortalezas da foz do Mondego, Buarcos e Figueira da Foz. Não é assim de admitir que o rei ordenasse a construção de fortificações nas barras dos principais rios do norte de Portugal, no Lima, no Ave, no Douro e Mondego, onde existiam nesse tempo portos marítimos bastante florescentes e esquecesse o principal, aquele que ficava maravilhosamente resguardado das fúrias do mar, que possuía uma das terras mais populosas do pais e enviava à pesca do bacalhau maior número de embarcações” (21). Aceitamos, totalmente, este raciocínio, tendo em conta que a foz do Vouga, pela sua importância própria e pelo volume da população, (lembramos as vilas de Aveiro, Eixo, Esgueira e Ílhavo), levaria o rei a não deixar no esquecimento o porto de Aveiro. O Forte de Aveiro deve ter sido planeado e iniciada a sua construção no reinado de D. João III. Parece-nos que assim terá sido, para defendera entrada da barra, ao tempo localizada, conforme acima referimos, um pouco ao sul de S. Jacinto, e aumentar as condições de segurança das vilas ribeirinhas, na altura praticamente desprovidas de defesa, excepto Aveiro que ainda possuía muralhas do tempo de D. João I. Por motivos ainda não esclarecidos, mas que poderão ter a ver com as constantes mudanças da barra, e após a edificação das muralhas dos dois meios baluartes e a cortina de ligação, foi abandonada a construção do forte. A fortaleza provavelmente manteve esse aspecto até 1808, ano em que foi construído o terrapleno do baluarte sul, aquando da definitiva fixação da barra no actual canal artificial. Sendo assim, e como acabámos de ver, o Forte da Barra deve ter cerca de quatrocentos anos de existência, ainda que não totalmente acabado nem mantendo sempre a mesma fisionomia. Para João Vieira Resende, o forte foi edificada no século XVII (22), e o general João de Almeida escreveu: - “Este Forte teria sido construído durante a guerra da Restauração e reconstruído nos anos de 1801 e 1802, em obediência ao plano de defesa do reino, elaborado nos fins do século XVIII.” (23)

(Continua)



Trabalho elaborado pelo Sr. Cardoso Ferreira, sobre as Fortificações da Barra de Aveiro, e que foi publicado no boletim nº 17 de Agosto de 1989, da ADERAV – Associação de Defesa e Estudo do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro.

21-Carlos Pereira Callixto, “Defesa Nacional”, revista nº 285/286, Janeiro de 1958, Pg.228.

22-João Vieira Resende, “Monografia da Gafanha”, Pg.63.

23-João de Almeida, “Roteiro dos monumentos militares portugueses”, volume II, Pg.76.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cantar as Almas - Penacova

No passado Sábado, dia 02 Abril, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, foi até terras de Penacova, a fim de cumprir o seu calendário e cantar as almas por lá. Após um óptimo jantar e vestidos a rigor para a representação da época, o grupo da Gafanha foi a primeiro a entoar o seu cântico. Descendo a rua e cantando, parou em frente à igreja onde cantou e rezou pelas almas.

Aqui ficam as imagens que o Rubem captou.


O grupo da casa - Rancho Folclórico de Penacova - também fez a sua representação pela rua. Divididos em dois grupos, cantavam alternadamente, até se juntarem no largo da igreja onde em conjunto terminaram o seu cântico, que, curiosamente, tem a letra similar à do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.



O grupo da casa do povo de Abraveses, actuou por fim, e transcrevo um texto de um folheto que fizeram o favor de nos oferecer - "Em Abraveses, a amentação das almas era, e é, cantada exclusivamente por homens, que à hora aprazada se dirigem ao portal do cemitério, fronteiriço ao largo da igreja. Ao bater da meia noite, devidamente encapotados, resguardando o rosto para não serem reconhecidos, ajoelham na terra húmida e pedregosa. Aí são feitas as rezas iniciais entoando o cântico de saída, por aquela "dúzia" de vozes roufenhas. Inicia-se o compasso traçado através da povoação de Abraveses em todas as encruzilhadas de caminhos, onde entoam com lentidão e fé a imorredoura canção"


terça-feira, 5 de abril de 2011

Fotos 15

Mais três fotos que fazem parte da historia deste grupo. Continuamos em Gouveia, no seu festival de folclore.

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