domingo, 28 de novembro de 2010

Jantar de Angariação de Fundos

Realizou-se no passado sábado dia 20 de Novembro mais um jantar de angariação de fundos para o Grupo Etnográfico. Foi mais um momento de convívio entre todos os participantes. A direcção agradece a todos aqueles que de uma forma ou de outra colaboraram. Aqui ficam duas fotografias, uma com as nossas cozinheiras e outra com um aspecto da sala.

Um bem haja a todos.





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Indumentaria da Mulher da Gafanha 5

A SAIA (Continuação)
A seguir trouxe a moda a saia de baeta com fita de veludo a debruar para dentro. Ainda apareceu a seguir a interessante saia de viés, confeccionada de baeta ou outro pano qualquer e com liga de rolo, larga, a debruar na orla, de fora para dentro. O viés era uma fita larga (6 centímetros), de merino ou cetim, paralela à liga de rolo, e distanciada dela vinte a vinte e cinco centímetros.
E vamos fechar esta secção com a descrição do berrante saiote vermelho, que era as delícias das raparigas daquele tempo. Era urdido de baeta, espinhado (agora diríamos bordado) a pé de galinha ou a estrelas, com lã e a diferentes cores, com viés de veludo preto ou de algodão. Este saiote luzia ao longe! Era tentador, pelo que as donzelas muito gostavam dele. Mais tarde estes saiotes passaram a ser de flanela vermelha com duas fitas pretas, estreitas, pouco distanciadas entre si e afastadas da orla dez centímetros. Era vestido de luxo, usado somente ao domingo (domingueiro) para levar à capela, quer fosse de manhã à missa, quer de tarde ao terço, e ainda se levava ao pasto para o gado, à fonte, etc. Às romarias, ou aos passeios, ou mesmo às festas da vila ou da cidade,levavam a saia de viés preta, dobrada sobre o braço, que só vestiam por cima do saiote vermelho quando entravam nas povoações do seu destino, ou das romarias. Ainda estavam em uso em 1900.

In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende.
Boas leituras
Até breve

domingo, 21 de novembro de 2010

Um Abraço...

Aqui fica um abraço, com votos de rápidas melhoras, para o nosso querido amigo e companheiro José Augusto Rocha. Esperamos que recupere rapidamente e que volte com mais força para junto de nós aqui no blog e para nos continuar a dirigir no nosso Grupo Etnográfico.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fotos 5

Mais algumas fotos do 6º Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré de 1990, desta vez do Grupo Folclórico da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines - Algarve, e do Groupe Folklorique de Guyenne - França.




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jantar de Angariação de Fundos

É já no próximo sábado, dia 2o-11-2010, que o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré vai realizar mais um jantar de angariação de fundos, pelas 20:00 horas, no Centro de Recursos Mãe do Redentor, na Colónia Agrícola.

A ementa será a seguinte:

Entradas
Sopa de legumes

Carne de porco à Alentejana

Fruta e doces variados

Vinhos, sumos, café e digestivo.

O custo é de 10 euros por pessoa.

Todas as pessoas se podem inscrever, basta para isso contactar qualquer elemento do grupo, ou através dos telefones:

Lurdes Matias – 966 353 980
Ferreira da Silva – 917 583 111
Rubem – 963 225 283

Vamos fazer deste jantar um grande convívio entre todos os participantes. Inscreve-te e traz um amigo.

domingo, 14 de novembro de 2010

Indumentaria da Mulher da Gafanha 4

A SAIA (Continuação)


Com tanta abundância desta matéria prima, e também porque era moda, a saia de fraldilha tinha de ser, como foi, a primeira conhecida na Gafanha. Era simples, com pregas, tendo ourelo na orla. Era rodeada com quatro a cinco varas de fraldilha e sem enfeite algum (1).
Note-se que todos os tipos de saia de que vamos falar, e bem assim os dos outros vestidos, eram usados tanto pelas pessoas adultas como pelas donzelas.
Passou-se algum tempo, e a esta simples saia aplicou-se exteriormente pela orla uma larga forra de baeta, com pequeno debruamento para a parte interna. Esta forra só se usava nas saias de luxo. Veio depois a saia de paninho preto, ainda mais rodada e com fita ou forra larga de veludo, também a debruar para dentro. Após esta começou a usar-se a saia de olho de azeite, de chita azul escura, planetada de flores cor de azeite e com quinze panos de roda. Costurados uns aos outros chegariam para um pano de barco moliceiro! Em 1907 ainda existia uma na Encarnação, que foi desmanchada, fazendo-se com ela três saias que certamente não deviam ser... travadinhas! A fita ou liga da orla era de lã e pregada de chapa, isto é, sem debruamento.
(1) Tinha quatro a cinco varas de roda ou de circunferência pela orla e descia da cintura até próximo do tornozelo. Em cada vara gastava-se um arrátel de lã, de modo que se gastavam quatro a cinco arráteis de lã em cada saia, não incluindo o cabeção da saia, que era a parte superior dela, e que no seu arranjo ficava em sentido horizontal à parte inferior, que por sua vez ficava em posição perpendicular no sentido da teia.

Peixeira da Costa Nova


In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende.
(Continua)
Boas leituras
Até breve

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

10º Aniversário da Casa Gafanhoa


No âmbito das comemorações do 10º aniversário da "Casa Gafanhoa" - Museu Municipal, irá realizar-se no próximo fim-de-semana um Magusto e uma Matança de Porco.

No sábado, dia 13, será a Matança do Porco à moda antiga seguida de um magusto até às 17:30 horas.

No domingo, dia 14, será o almoço.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fotos 4

Mais algumas fotos do 6º Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré de 1990. Desta vez as duas primeiras do Rancho Folclórico "Os Camponeses de Malpique", de Constância, e as duas ultimas do Grupo Etnográfico "Os Esparteiros" de Mouriscas-Abrantes.









domingo, 7 de novembro de 2010

Indumentária da Mulher da Gafanha 3

A Saia

O tecido de que era confeccionada a primitiva saia da Gafanha, nunca passava pelas fábricas dos grandes industriais, nem pelos balcões das casas comerciais das grandes cidades, nem mesmo pelas mãos delicadas de costureirinhas profissionais. Tudo se preparava dentro daspróprias casas, cheias de fumo e desarranjadas. Tudo passava ao serão pelo fuso candente da jovem camponesa, de tez amorenada pelo iodo e pela torreira do sol. Tudo era martelado pelo tear, que gemia ao canto da casa nessas noites de serão, nessas noites de trabalho.
Na Gafanha abundavam sobremaneira os maninhos e os prados, e por isso não havia naqueles tempos, dizem, familia alguma que não possuisse três, quatro, cinco e seis ovelhas, que os mais novos da casa iam apascentar para ali. Com os primeiros calores do verão, o animal ofegava sob a lã farta e crescida. Tinha chegado o tempo da tosquia e o animal, amarrados os pés às mãos, sofria pacientemente os golpes da tesoura naquela operação demorada. Tirado o veldro que passava depois pela lavagem, era em seguida scrapiado, como eles diziam, cardado, fiado, tecido e finalmente posto em obra, o que tudo se fazia em cada casa nas noites de inverno. Em todas elas havia ao começar o verão grandes teias de lã, fraldilha ou serguilha, que depois, ou mesmo durante o inverno, eram postas em obra. Não havia alfaiates nem costureiras. As mulheres iam talhando e confeccionando, com as teias da casa, as mantas da cama, as saias, os mantéus, etc.


(Continua)


In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende.


Até breve

Boas leituras

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fotos 3

Mais quatro fotos do 6º Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré de 1990. As duas primeiras do Grupo Coral e Etnográfico "Os camponeses de Pias", as duas ultimas referentes ao Grupo Regional de Danças e Cantares do Mondego, Coimbra.





De salientar, que só com o Grupo Regional de Danças e Cantares do Mondego, é que nos voltámos a cruzar, tanto aqui no festival da Gafanha, como em outras regiões do pais. Com os amigos de "Os Camponeses de Pias" nunca mais nos voltamos a encontrar.




segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Indumentária da Mulher da Gafanha 2

Seguiu-se depois o Chapéu de Tope, de aba menos larga mas suficientemente ampla para resguardar totalmente o tronco dos raios solares. Era desprovido da presilha. O tope consistia em farta laçaria de fitas em forma de pinha bastante alta e colocada sobre a copa, o que tornava incómodo, sobretudo para o transporte de qualquer objecto sobre a cabeça. Por esta razão muitas mulheres não o queriam usar, dando em resultado haver na mesma época dois tipos de chapéu: o de tope com a respectiva aba larga e um outro com aba igualmente larga, mas sem tope. Foi por isso que o uso do chapéu sem tope prevaleceu por mais tempo.

Aí por 1880, também se usou o chapéu de maçaneta, que consistia em ser adornado por uma maçaneta grande, de retrós preto, ao centro e sobre a copa, e ainda por outras mais pequenas em volta da mesma copa.

Veio depois o chapéu de penacho, interessante chapelinho de aba tão reduzida que, dobrada paralelamente à copa, a não ultrapassava. A aba era inteira e exteriormente coberta com fita de veludo preto, e sobreposta à copa e em volta dela, quase a tocar o rebordo da aba, circulava outra fita de veludo da mesma cor, terminada ao lado com um laço de pontas soltas. Era aí que se fixava o penacho, ou pluma de farta penugem tingida de preto, e todo este conjunto realçava sobremaneira o pequenino chapéu que era colocado sobre a cabeça com ademanes de natural e encantadora galantaria. Este chapéu, tão regional e característico, fazia atrair sobre a portadora as atenções, alias respeitosas, dos estranhos.

Passou de moda, e a Tricana de hoje só usa o lenço sobre a cabeça. Já de há muito, porém, que as raparigas, quando o sol é intenso, usam chapéu de palha durante os trabalhos no campo. Por baixo do mento passa uma fita, cujas extremidades vão prender à aba larga, fazendo-a descer sobre o rosto que, por este modo, fica melhor resguardado dos raios solares.

In Monografia da Gafanha doPadre João Vieira Rezende.


Chapeu de penacho

Boas leituras

Até breve.

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