sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ponte de Sor

É já no próximo sábado que nos deslocamos a Ponte de Sor. Aqui fica alguma informação sobre a cidade.

RETALHOS DA SUA HISTÓRIA:
Ponte de Sor, com uma área de 17.042 ha, é a sede de um concelho constituído por sete freguesias, tendo sido elevada a Cidade em 8 de Julho de 1985. Com uma história importante no contexto do território português, lidera os destinos de um vasto território e de milhares de pessoas.
Foi um território importante desde a época romana, estando integrado na terceira via militar romana que, de Lisboa, se dirigia a Mérida. Parece datar desta altura a fixação do nome da terra, devido à existência de uma ponte, construída por aquele povo, sobre o rio Sor. Terá sido erguida no terceiro milénio depois de Cristo, no tempo do imperador Marco Aurélio Probo, constituindo-se então no maior monumento de toda a estrada romana até Mérida. Tinha dez arcos de volta redonda, muito semelhantes aos da Ponte de Seda, ou Vila Formosa. Apesar de forte, já não existia em 1438, aquando do início da construção das muralhas da vila. Segundo alguns autores, aqui se situava a cidade de Matusaro.
A nível eclesiástico, Ponte de Sor pertencia à Ordem de Cristo. O território onde está edificada hoje a cidade de Ponte de Sor foi possuído inicialmente pela Ordem dos Templários, que através de várias doações da coroa dominavam territórios que iam até Abrantes. Iria passar para a Ordem de Malta e para a dependência administrativa de Abrantes durante o reinado de D. Afonso IV.
Em 1527, segundo o "Cadastro da População do Reino", ordenado por D. João III, Ponte de Sor tinha 27 fogos, a que deveriam corresponder cerca de 100 habitantes.
Em finais do século XIX, sensivelmente, iniciava-se a construção da "vila nova", com o alargamento do seu espaço em direcção à estação do comboio.

PATRIMÓNIO CULTURAL E LAZER:
Em Ponte de Sor existem numerosos vestígios que comprovam a presença humana na região desde a Pré-História, como as Antas na zona de Cabeceiros.
Os ecos da romanização, também se fizeram sentir na região. A prová-los estão os marcos milenários da antiga via Lisboa/Mérida e muitos outros testemunhos epigráficos e monetários.
A quase ausência de manifestações artísticas do período medieval explica-se pela instabilidade vivida durante as lutas da Reconquista. Contudo, junto ao rio, podem-se ver os restos da cerca amuralhada do século XV, já alterada, mandada construir por D. Duarte, em 1438.
Dos séculos XVII e XVIII, são frequentes as pequenas igrejas e capelas rurais tardo-barrocas, obedecendo a um modelo simples e humilde, como é o caso das Igreja de S. Pedro, em Ponte de Sor e Ervideira e a Capela das Almas em Ponte de Sor. Na arquitectura religiosa, a centenária Igreja Matriz (1903) merece destaque.
Dos finais do século XVIII, destaca-se a "fonte da vila", mandada construir por D. João V, considerada por muitos o "Ex-Libris" da cidade.
A actual ponte sobre o rio Sor foi mandada construir em 1822 por D. João VI. Devido ao desenvolvimento da cidade e à grande afluência de trânsito, esta foi alargada no final de 2004.

Informação retirada do sitio da Câmara Municipal de ponte de Sor.
Boas leituras
Rubem da Rocha

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Superstições e Crendices - VI

– Ir à Bruxa
Quando algo não corria bem em casa, na família e até nos animais, quando uma doença estranha ou malzinho afectava um familiar por muito tempo, quando o azar batia à porta e as colheitas não fossem boas, e mesmo quando algum membro da família estava “em vistas” de arranjar emprego, logo se pensava em “ir à bruxa”, para que ela fizesse uma reza e preparasse uma “armação”.
A isto o povo chamava “ir correr bida”.
Por mando da mulher de virtude, que tudo sabia e adivinhava, até falava com os espíritos, faziam-se defumadouros, queimando arruda, alecrim, oliveira e incenso. Defumava-se toda a casa, os membros da família e, quando caso disso, os currais e os animais, dizendo nove vezes as seguintes palavras:
“Assim como Nossa Sinhora defumou seu amado Filho para cheirar, assim eu defumo o meu corpo, a minha casa, os meus parentes e tudo o que me pertence, p’ra que todo o mal d’inbeja, todo o mal rogado, requerido e impecido e todos os espíritos malignos possam de cá afastar pelo poder de Deus e do Santíssemo Sacramento do altar. Padre Nosso e Abé Maria”.
Pelo que ouvi muitas vezes e me foi confirmado, estes defumadouros faziam-se sempre durante nove dias consecutivos. Os restos ou cinzas juntavam-se todos e eram postos fora nas águas da Ria ou no Mar, na maré vazante, para que a corrente levasse o mal para o mar “acolhado”.
Outras vezes, a mulher de virtude dizia que uma “alminha do outro mundo” andava a apoquentar, pois morrera deixando uma promessa por cumprir. Então mandava ir a uma igreja levar azeite para as Almas, ou mandava rezar missas ou fazer uma outra qualquer penitência, para que quem viera do outro mundo encontrasse o caminho da Luz e da Paz,
Muitas vezes acontecia que, após a consulta com a dita mulher de virtude, a pessoa que a ela recorrera cortava relações com algum vizinho e até familiares, pois a bruxa tinha dito que lhe tinha muita inveja, que alguém lhe rogara “pragas”, desejando-lhe muito mal. Claro que não diziam nomes, mas sugeria que tinha sido alguém perto da pessoa. Na sua retórica dizia até que lhe tinham feito mal e propunha-se ir a casa para fazer lá uma reza e desmanchar o “bruxedo”.

– Os Lobisomens
Acreditava-se que estes seres existiam e que apareciam, logo após a meia-noite, em especial em noite de lua cheia e quando a lua fazia quarto.
Cria-se que eram homens como os outros, só lhes fora traçado o destino e por isso, tinham aquele “fado”.
Transformavam-se em lobos e uivavam. Mas não só, também tomavam outras formas como tripeças, carros, pipas, cães ou outro animal qualquer, conforme o primeiro rasto que o infeliz malfadado pisasse ao sair de casa ou ao chegar a uma encruzilhada, para cumprir e correr o seu “fado”.
Era uma sorte boa para ele se encontrasse alguém corajoso que o picasse ou ferisse até sangrar, tirando-lhe assim o “fado”. Contudo, essa pessoa não poderia ser atingida pelo sangue, pois se assim acontecesse, passaria então a carregar o “fado”, tornando-se lobisomem.
(Continua)

In “Gafanha…o que ainda vi, ouvi e recordo”, da Sr.ª Professora Maria Teresa Reigota.
Boas leituras
Rubem da Rocha

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Superstições e Crendices - V

Depois de termos visto o que o Padre João Vieira Resende nos diz sobre superstições e crendices, vamos ver o que nos diz a Sr.ª Professora Maria Teresa Reigota, no seu livro “Gafanha…o que ainda vi, ouvi e recordo”, sobre o mesmo.
– As Bruxas
No crer e dizer do povo, as bruxas eram mulheres comuns, muito más e que, à meia-noite saíam das suas casas para correr mundo, por vezes fazendo mal às outras pessoas.
O povo acreditava que as bruxas luziam; que voavam pelos ares no cabo de uma vassoura, lançando pela boca, lufadas de lume azul; que se banhavam nas águas da Ria, dançando depois nas proas dos barcos abicados na borda, presos ao moirão; que até entravam pelo buraco da fechadura ou pela chaminé e que chupavam as crianças.

– Uma história de Bruxas
Conta Maria Planta, com oitenta e seis anos este facto acontecido com ela, a mãe, o marido e uns primos:
Como muitas vezes faziam, uma noite foram ao serão a casa da sogra, a Ti Silvina Russa. Não havia estrada nem luz. Era um caminho de bois, escuro, cheio de sombras. Até atalharam pelos terrenos para demorarem menos tempo e encurtarem caminho.
De regresso, caminho de casa, direcção norte-sul, ela dá conta que, na janela da casa da Ti Cadete e da Ti Auxilia, está uma luz que pisca de vez em quando. Logo diz para o marido:
“ – Ai Toino, está acolá uma bruxa!”
O Toino, na altura rapaz novo, forte e muito afoito não hesitou. Deixou a mulher e restante companhia e foi direitinho ao sítio onde piscava a tal luz.
Descobriu a bruxa – era o reflexo do farol no vidro da janela e por isso piscava de vez em quando, com intervalos regulares.
(Continua)
Boas leituras
Rubem da Rocha

terça-feira, 8 de junho de 2010

Actuação em Calendário - Famalicão

Recepção na Junta de Freguesia

Aspecto do almoço convívio

A aguardar o início do desfile

No passado domingo estivemos em Vila Nova de Famalicão, mais propriamente na freguesia de Calendário para mostrar o nosso folclore a convite do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Calendário. Chegámos cerca das 11 horas e 30 minutos e fomos recebidos na sede da Junta de Freguesia pelo seu presidente, para a tradicional troca de lembranças numa pequena cerimónia de boas vindas.
De seguida fomos até à escola Camilo Castelo Branco, onde nos foi servido um almoço muito bem preparado, embora com algum atraso. Por volta das 15 horas e 30 minutos começou um pequeno desfile até ao Parque 1º de Maio, onde decorreu o festival e no qual participaram, além de nós e do grupo organizador, o Rancho Folclórico de São Tiago de Mirandela (Nordeste Transmontano), o Rancho Folclórico de Santa Cristina do Couto – Santo Tirso (Douro Litoral) e o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Creixomil - Guimarães (Baixo Minho).
Foi um bom festival em que os grupos presentes foram dignos representantes dos seus antepassados. De realçar, pela negativa, o facto de o festival ser realizado durante a tarde. O dia estava bastante quente, tornando-se bastante cansativo para todas as pessoas que, trajadas, esperavam a hora de actuar. Um outro pormenor menos agradável foi o facto da temperatura do tablado estar bastante elevada, o que levou a que todos os elementos do nosso grupo que dançam descalços tivessem contraído bolhas nos pés.
Todas as indicações da Federação do Folclore Português apontam em sentido contrário. Esperamos que o representante da Federação neste festival tenha tomado nota e tenha feito os devidos reparos para que no futuro isto não se repita. O ideal é que os Festivais sejam realizados ao sábado à noite.
Até à próxima actuação que é no dia 26 de Junho, em visita Rancho Folclórico da Casa do Povo de Ponte Sor, em Ponte de Sor.
Até lá.

Boas leituras
Rubem da Rocha

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Actuação em Taveiro

No passado sábado, 29 de Maio, fomos até à Freguesia de Taveiro para participar na "Noite de Folclore Taveiro 2010". À chegada fomos recebidos por elementos do grupo anfitrião que nos deram as boas-vindas. Às 19:00 fomos jantar, um jantar convívio que, verdade seja dita, foi muito bem servido e todos ficaram satisfeitos. Os nossos parabéns ao Grupo Folclórico de Taveiro pela excelente refeição que preparou para os seus convidados. Após o jantar, os elementos dos grupos trajaram-se para a realização de um pequeno desfile de apresentação às gentes de Taveiro e logo de seguida deu-se início ao Festival. Além do grupo anfitrião, participaram o Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Salvaterra de Magos e o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. O Grupo de Salvaterra de Magos é já um nosso velho conhecido, pois já nos visitou e nós também já lá fomos ao Festival.

Foi uma excelente noite de folclore, em que os grupos conviveram e trocaram ideias e mostraram a cultura e a etnografia das suas terras.

A próxima actuação será no Domingo, 6 de Junho, em Calendário, Famalicão.

Até lá.

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