quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Vida e costumes dos pescadores (parte I)

A vida do pescador está, por assim dizer, concretizada nas companhas, espécie de sociedades organizadas para a indústria da pesca e compreendidas em duas classes.
Numa delas, em que há sócios, ou patrões, que financiam e dirigem a safra, o pescador é simplesmente assalariado e recebe, além do salário, certa porção do peixe a que chamam caldeirada, e uma percentagem sobre o apuro bruto da pesca; pertencem a esta classe as que se constituem para a pesca da sardinha, com a "Arte de Xávega". Quase sempre os patrões assistem a toda a faina, colaborando nos serviços de terra, ou incutindo ânimo aos remadores sempre que acompanham o lanço.
Na outra, que abrange as restantes artes e se compõe, apenas, de pescadores em número variável, a retribuição de serviços faz-se por meio de quinhões do peixe capturado, em partes iguais a cada qual, retirado um terço, ou dois, da pescaria para as despesas da embarcação e do respectivo aparelho.
Nas companhas sa sardinha, o pessoal contratado subdivide-se em dois grupos que se designam por homens do mar e homens de terra, respectivamente pescadores e auxiliares.
Aos primeiros somente incumbe conduzir a rede para o barco e tripulá-lo; aos últimos cabe largar e arribar o barco; preparar a alagem das redes e chamar o gado necessário; estender a rede para secagem e vigiá-la, se esse serviço tiver lugar de noite; repará-la e recolhe-la depois no palheiro; encascar e alcatroar a mesma; colher os cabos de alagem e conduzi-los em seguida; dispor os roletes e varais para a largada ou arribação do barco, e, finalmente chamar o pessoal para os lanços.
Continua

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails