Sobre a camisa vestiam o colete, também de pano cru, e que era a ultima felpa exterior a cobrir o tronco. Para as festas, romarias, ou outros dias mais solenes, havia os coletes de draga ou luxo, confecionados nas fábricas, com ramagens ou adornos muito bizarros. Nos mais modestos empregavam botões simples ou atacadores; nos de droga aplicavam-se quatro ou cinco pares de grandes botões de prata, a que chamavam abotoaduras. Ainda estavam em uso em 1880.
Por motivo de pudor, usavam-se uns grandes lenços de cor, enramados, às vezes, e com franja ou cadilhos, cujas pontas pendentes do pescoço se cruzavam pela frente para se trilharem na cintura ou, quando eram de maiores dimensões, depois do cruzamento pela frente, iam atar-se, na cintura. Parecido com este, havia um outro lenço da cabeça de que não falámos atrás, ordinariamente de cache-nez, azul, e com franja de cadilhos, que mais tarde foi substituído por outro cor de carne, com cercadura branca.
Ainda a proteger o tronco, na época dos frios, usavam o Gibão, e por isso dispensavam o lenço do pescoço, por desnecessário na sua função de manter o recato que ficava a salvo com o uso do Gibão. Era esta peça de vestuário uma espécie de casaco de pano preto, que mal chegava à cintura, com mangas, botões, e guarnecido de fita preta. Usava-se em 1850. Era uma espécie de quinzena que os homens também usavam naquele tempo, embora com talhe diferente.
In "Monografia da Gafanha" do Padre João Vieira Rezende
Boas leituras
Até breve
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