terça-feira, 25 de agosto de 2009

As Gafanhas antes da Ria -7

Voltando à barra nova, após várias tentativas sem êxito, somente com a chegada a Aveiro dos engenheiros militares Coronel Reinaldo Oudinot e Capitão Luis Gomes de Carvalho, genro do primeiro, se deu início a um estudo completo e prolongado, que viria a culminar com a abertura da barra em 3 de Abril de 1808, após duas tentativas falhadas em Março de 1806 e Fevereiro de 1807.
E foi assim que, com esta obra se marcaria, definitivamente, uma passagem entre a ria e o mar, deixando esta de estar aberta ou fechada, consoante o sabor dos tempos e passando a estar sempre aberta, por acção directa do homem. Refira-se que, como complemento à barra, foram construídos os dois molhes, o segundo dos quais (norte), cerca de dez anos depois de a barra estar aberta.
Ficou assim toda a região, definitivamente livre dos problemas resultantes do açoreamento da barra e pôde lançar-se finalmente, numa era de progresso constante até atingir aquilo que hoje é.
Sabe-se que os primeiros habitantes das Gafanhas seriam originários da zona de Vagos, por ser a única com ligação terrestre a estas terras, razão pela qual, grande parte dos apelidos das famílias gafanhoas tem origem em Vagos; por exemplo os Rochas, os Carapelhos, os São Romões, os Sarabandos, e muitos outros que existem. Mas nessa altura, ainda não se podia falar propriamente em povoação, porque estas gentes viveriam dispersas, seria uma casita ali, outra além. Assim embora existam dados referentes ao ano de 1677, ano em que o Conde de Aveiras, João da Silva Telo de Meneses, teria feito aforamento de várias leiras de terra a diversos agricultores e caseiros, foi com a abertura da barra, que as Gafanhas viriam a iniciar a sua era de desenvolvimento.
Somente em 1818, se conhece já uma colónia de habitantes com carácter permanente, nos terrenos situados a Nascente da ponte da Cambeia e a Sul da Quinta da Mó do Meio. Seria mesmo neste local, na Quinta do Marinhão, que viria a ser erguida a primeira Capela dedicada ao culto religioso, vincando de forma bem marcante que a partir daí, se iria desenvolver uma povoação, já que os nossos antepassados davam uma grande importância à sua vida religiosa.
(Continua)

Boas leituras
Rubem da Rocha

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